sexta-feira, 25 de março de 2011

Biografia: Juliano Rafael - autor do site:


* Por Leonardo Fraga (irmão e eterno assistente do sociólogo).

 

         Juliano Rafael Magalhães Fraga nasceu em Itaúna, pequena cidade no interior de Minas Gerais em 18 de setembro de 1992, filho de uma professora. De família tradicional, tomou logo cedo gosto pelos estudos, sendo um amante nato da leitura já aos 5 anos de idade. Com o incentivo dos familiares, seguiu com esse hobbie, até descobrir que essa seria sua futura vocação: leitura, estudos, pesquisa, ensino.

       Estudou nos três primeiros anos do jardim de infãncia no Sesi de Itaúna, onde, quando na formatura, assinou o ''livro de ouro'' daquela escola, por seu excelente desempenho durante os anos de estudo.

      Quando iniciou o ensino fundamental, matriculou-se em uma escola municipal, Augusto Gonçalves, colégio tradicional na cidade, onde cursou com bom desempenho os 4 primeiros anos dessa modalidade de ensino. Quanto mais os anos passavam, mais tomava gosto e amor pelos estudos, chegando a trocar brincadeiras de rua por leituras e jogos educativos, como xadrez, quebras-cabeça e etc;

       Em 2002, foi baqueado duas vezes em menos de um mês: em abril desse ano pela morte de um tio e padrinho muito querido e depois em maio do mesmo ano pela morte da tia-avó e segunda mãe, o que deixou- o muito triste e desanimado. Melhor remédio é o tempo, foi feito. No ano de 2003, conclui o ensino fundamental I e vai para uma nova etapa: O ensino fundamental final, onde foi matriculado na escola estadual José Gonçalves de Melo, também antiga na cidade.

       Desenvolveu durante seus quatro anos nesse educandário uma carreira muito boa como estudante, sendo muito ativo em eventos de arrecadação de verbas, eventos culturais, produção literária, iniciação política, dentre outros. Em 2006, concorreu ao cargo de vereador mirim da câmara legislativa de Itaúna, tendo ficado em segundo lugar como mais votado.

      Em 2007, chegara o final de uma etapa tão longa, de oito árduos anos de estudo. O caminho para o ensino médio e por conseguinte à faculdade agora se tornava mais curto e visível. Ao fim desse ano, recebeu um prêmio de menção honrosa por seu excelente desempenho às atividades voltadas ao estudo de Inglês, no #1 Idiomas.

      Matriculou-se então no ensino médio da escola estadual de Itaúna, tradicional escola que já fora inclusive internato de freiras e irmãs de caridade. No ano de 2008, desenvolveu um excelente trabalho como aluno na escola, recebendo muitos convites para participar de campeonatos e olimpíadas, como a de matemática e química, dentre outros. Nesse mesmo ano, recebeu novamente menção honrosa pelo mesmo feito de 2007 no primeiro semestre. Já no segundo semestre de 2008, recebeu o prêmio máximo daquela escola: 'THE BEST STUDENT OF 2008'', que almejara a anos.

       Em 2009, como líder de seu grupo Power Show, desenvolveu um trabalho que foi por todos muito elogiado e valorizado durante o ano, tendo sido inclusive convidado a participar da feira estadual, que ocorrera na UFMG em novembro daquele ano. Também foi durante esse ano que desenvolveu um rico material de sociologia e também de língua portuguesa. Trabalhou como professor de português, inglês, voluntário, e também como uma espécie de ''estagiário em direito'', ciência esta em que é autodidata.
Além disso, nesse mesmo ano, foi aprovado com excelente colocação em provas do SENAI, escola muito concorrida na cidade e também em bolsa integral pelo PEP, onde iniciou seu curso de técnico em segurança no trabalho e meio ambiente, que concluiria em 2010. Em meados no ano em questão, obteve novamente o prêmio: ''TOP STUDENT 2010'', obtido pela segunda vez consecutiva, feito nunca antes realizado por outra pessoa naquela escola.

      Já no ano de 2010, chegava ao último ano do ensino médio, rumo à universidade. Já havia decidido pelo curso: Ciências Sociais. Durante esse ano, desenvolveu um material relacionado ao uso do inglês nos vestibulares, momento em que atuou como voluntário em cursos pré-vestibulares em escola pública. Trabalhou ainda como voluntário na escola em que estudava, cobrindo os horários de professores faltosos e lincenciados, trabalhando com os alunos nas turmas temas diversificados, como questões sociais, bullying, etc. Durante esse ano, foi gestor de outro grupo de trabalho, que dessa vez, ao invés de assumir o 2º lugar, ficara em 1º lugar geral na feira, marco atingido. Em outubro desse ano, foi novamente convidado a expor seu trabalho na feira estadual, na UFMG, onde ficara em 3º lugar estadual, representando outra ruptura de tradição, uma vez que nenhum grupo de Itaúna conseguira tal feito antes. Aprovado em concurso público federal, assume seu cargo no IBGE como agente censitário com apenas 17 anos, por força de uma emancipação jurídica, que o assegurou direito de gozar dos benefícios do cargo. Trabalhou neste órgão até iniciar seu estágio como técnico em segurança no trabalho e meio ambiente no CDE, forte entidade comercial, industrial, agropecuária e de serviços de sua cidade, onde foi ao final contratado pelo seu desempenho.

       Em janeiro de 2011, foi aprovado em dois vestibulares: UFMG e UFV, ambos para o curso de ciências sociais, onde optou pela UFMG por considerar BH um laboratório in loco para a sociologia.

       Durante todos esses anos, deu importantes contribuições para o ramo jornalístico, sendo duro crítico político local no jornal Gazeta de Itaúna, onde posteriormente atuou em coluna educativa, desenvolveu muito material educacional, que foi muitas vezes custeado por autoridades políticas municipais, aos quais é eternamente grato;

      Até agora, desenvolve materiais na área de pesquisa e ensino da língua inglesa, além de pesquisar temas sociais de relevância e suas consequências, como pobreza, miséria, desigualdades, corrupção, educação, suicídio, depressão, coerção, crime, dentre outros.

      Participou de vários congressos e conferências, como a de Atendimento psicossocial à crianças e adolescentes vítimas de abuso sexual e pedofilia (Divinópolis, nov/2010), a de AIDS (2006), Meio Ambiente (2006), Iniciação Política (2006), dentre outras.

       Pretende e muito contribuir para o desenvolvimento social  e a melhoria na qualidade da educação brasileira, através não só de investimentos em estruturação física, como escolas e universidades mas principalmente ná parte mais carente de recursos, que é a própria mão-de-obra humana, os professores, servidores da educação, dentre outros, que são, de fato, os responsáveis por uma sociedade mais justa, igualitária e desenvolvida, e não só os ''engenheiros'', ''médicos'', dentre outros.

      




quinta-feira, 24 de março de 2011

Alienação Segundo MARX (1846)

          Nesse artigo rápido, quero expor aos leitores o conceito de ''alienação'' tratado em ''Ideologia Alemã'', de MARX e ENGELS, obra concluída em 1846 mas que só foi totalmente publicada mais ou menos em 1933.

          Alienação é tratado como um conceito bem mais amplo do que muitas vezes vemos. Marx trata a alienação como praticamente responsável por tudo na sociedade. Ele parte do pressuposto da alienação econômica, questionando, por exemplo, porque um homem produzia mil carros e não tinha sequer um? O operário tinha a capacidade de produzir mas que ficava com o que era produzido eram os donos das fábricas. Ele põe em debates questionamentos dessa vertentes. Ele coloca a alienação econômica como a responsável por todas as outras, como religiosa, social, cultural, política, etc.

         Vale a pena ler esta obra de Marx e Engels como forma de compreensão de suas ideias e também como subsidio para o entendimento do sentido amplo que toma o termo ''ideologia'' na sociedade.

sábado, 19 de março de 2011

Sociologia no Ensino Médio: ainda em busca de legitimidade

Posted: 19/03/2011 by Revista Espaço Acadêmico in ensino de sociologia, sociologia
 

por JOSIMAR PRIORI*

A presença da Sociologia no Ensino Médio nunca foi algo pacífico ou consensual. Em sua trajetória a Sociologia foi inserida ou excluída dos currículos deste nível educacional em diversos momentos, ao sabor do governante da época. Com a abertura política pós-ditadura militar e a conseqüente redemocratização, os sociólogos passaram a lutar para que a Sociologia fosse aceita definitivamente na grade curricular do Ensino Médio.
Fruto de lutas, avanços e retrocessos, e muita mobilização, finalmente em 2008 a obrigatoriedade desta disciplina nas três séries do Ensino Médio foi estabelecida através da alteração do art. 36 da Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996. O novo texto determina não mais que estudante apresente conhecimentos de Sociologia ao término do Ensino Médio, mas que esta disciplina seja lecionada em todos os anos de tal curso.
No entanto, a prescrição legal não foi suficiente para que a Sociologia fosse respeitada por todos como uma disciplina fundamental para a formação das novas gerações. No Estado do Paraná, desde que voltou a ser ensinada, a cada ano, os licenciados em Sociologia enfrentam árduas batalhas para assumirem estas aulas. Impera nos setores administrativos e nas escolas paranaenses a crença de que qualquer graduado, de qualquer área, pode lecionar Sociologia, assim como a sua irmã mais velha, a Filosofia.
Desde a publicação da LDB de 1996 sabe-se que o estudante do Ensino Médio, ao concluir este curso, deve apresentar domínio de conhecimentos filosóficos e sociológicos. Contudo, o texto da lei não especifica como este conhecimento deve ser ensinado. Deste modo, num primeiro momento estes saberes foram incorporados em outras disciplinas ou tratados como conteúdos transversais e depois passaram a ser ensinados em disciplinas específicas, mas em apenas uma série do Ensino Médio. Somente a partir deste ano, 2011, por determinação legal, a Sociologia – assim como a Filosofia – passou a ser ensinada nas três séries do Ensino Médio no Estado do Paraná, cumprindo o decreto presidencial supracitado.
Contudo, o Estado parece ter pouca clareza sobre quem é capacitado a ensinar Sociologia. Nos primeiros anos em que essa foi ensinada no Paraná, foi comum professores de qualquer área lecionando-a. Em muitos casos, graduandos em Ciências sociais iam para as escolas fazer o estágio supervisionado, mas chegando às salas de aula assustavam-se ao saber que o professor que ia orientá-los no estágio era formado em matemática, química ou letras. Não raro estes professores se recusaram a receber o estágio em suas salas de aula. Para evitar deslocamento para outras escolas estes professores assumiam as aulas de Sociologia e passavam a (não?) ensiná-las aos estudantes dessas escolas.
Indignados com esta situação, profissionais licenciados em Sociologia passaram a reivindicar o direito de assumir essas aulas. Depois de muitas lutas, estes professores foram, progressivamente, ocupando seu lugar nas escolas. No entanto, esta prática privatista de repassar as aulas de Sociologia para professores amigos ainda é comum em muitas escolas. De tempos em tempos surgem casos em que o professor não é formado na ciência específica. E o que mais nos assusta é que há um exército de sociólogos nas listas de espera para assumir a função que lhe compete no Ensino Médio.
Parece que a lógica que orienta a política para a educação é a do menor custo e não a da qualidade da educação e da melhor assistência aos alunos. Para que um professor concursado possa completar o seu padrão com aulas de sociologia basta que tenha em seu histórico escolar 120 horas dessa disciplina, não importando que ele seja formado em história ou engenharia mecânica. Como a Sociologia é ensinada na maioria dos cursos, pasmem, quase todos os graduados são considerados, pelo Estado, habilitados a ensiná-la e possuem precedência aos licenciados em Sociologia no caso de inexistência de aulas em sua disciplina.
O que gera este problema é que praticamente inexistem professores de Sociologia concursados. O último e único concurso para contratação de professores desta disciplina foi realizado em 2004. Assim, a defasagem de professores do Quadro Próprio do Magistério (QPM) em Sociologia é de mais de 90%. Para suprir esta demanda ano a ano o governo contrata professores em regime de urgência, através do Processo Seletivo Simplificado (PSS). No entanto, os professores já concursados em outras disciplinas, sem aulas no seu padrão, possuem prioridade para assumir as aulas de Sociologia, desde que possuam a carga horária mínima de 120 horas cursadas em seus currículos da disciplina a ser lecionada.
No ano de 2011, a luta dos professores de Sociologia intensificou-se. As principais bandeiras levantadas foram a defesa de uma educação pública de qualidade e pelo direito dos alunos aprenderem Sociologia com sociólogos. O processo de contratação de professores temporários, o chamado PSS, deste ano caracteriza-se por confusão, processos na justiça, protestos e a desclassificação de professores formados em várias disciplinas, incluindo Ciências Sociais, com especialização e experiência de trabalho no Estado do Paraná. Neste ano ocorreu ainda mais um agravante: a distribuição de aulas de Sociologia para completar padrão de professores de outras áreas já é algo comum e previsto na legislação estadual. Contudo, além da distribuição das aulas para completar padrão, o Núcleo Regional de Educação entregou as aulas de Sociologia para professores de outras áreas como aulas extras[1].
Preocupados em ficar sem aulas e insatisfeitos com esta situação, nós, graduados e professores de Sociologia, decidimos nos mobilizar e protestar contra o descaso com a educação pública paranaense. Começamos através de troca de e-mails e em seguida passamos a nos reunir. Já na primeira reunião decidimos que tínhamos que trazer a público a situação que se encontra a educação estadual. Nossa avaliação foi a de que o cidadão paranaense tem o direito de saber o que ocorre dentro dos muros das escolas.
Nossa primeira manifestação foi realizada com diplomas de Cientistas Sociais nas mãos, nariz de palhaço e apitos na boca. Queríamos denunciar a desclassificação injusta de colegas e a distribuição de aulas de Sociologia para outros profissionais. Com apoio da APP Sindicato saímos em caminhada de frente a sua sede em direção ao Núcleo Regional de Educação (NRE), onde a imprensa já nos esperava. Depois de algum tempo de protesto, a chefe do NRE de Maringá admitiu o equívoco e revogou a distribuição de aulas feita a outros educadores. Tínhamos vencido uma batalha.
Na semana seguinte, ao saber que o vice-governador e secretário da educação, Flávio Arns, viria a Maringá, decidimos fazer nova manifestação e entregar uma carta relatando a situação ao secretário. Nossas reivindicações foram por educação pública de qualidade, através da reorganização do PSS 2011 e da realização de concurso público para contratar professores de Sociologia. Informamos ao secretário que pelo menos 90% desses trabalham de forma precária, através do PSS, ou através das complementações de padrão de outras disciplinas. Atencioso, o vice-governador disse concordar com nossas reivindicações e admitiu que solução definitiva é a realização de concurso público para a disciplina específica.
Entendemos que demos um passo a mais no sentido da legitimidade e da consolidação da Sociologia no Ensino Médio. No entanto, a luz no fim do túnel ainda é tênue. Subsiste ainda forte resistência ao ensino de Sociologia por alguns setores da educação pública. Nós, Cientistas Sociais, precisamos matar um leão por dia para garantir que nossa ciência continue a ser ensinada em nível médio. Diante das perspectivas incertas precisamos manter a mobilização e luta para que a Sociologia esteja presente em todos os anos do Ensino Médio e que seja ensinada por sociólogos ou Cientistas Sociais. Neste cenário tenebroso visualizamos apenas salários atrasados, poucas perspectivas de realização de concurso e descaso para com nossos alunos.

* JOSIMAR PRIORI é formado em Ciências Sociais (UEM), mestrando pela mesma instituição e professor de Sociologia na rede pública de ensino em Sarandi (PR).
[1] Aulas extras são aulas além de carga horário assumidas por professores concursados. Como os professores recebem pela quantidade de aulas dadas, a busca por estas aulas é grande.

sexta-feira, 18 de março de 2011

Os fatores sociais para a depressão

        ''Doença Contemporânea, a DEPRESSÃO vem sendo estudada a partir do viés sociológico, uma vez que é causada por fatores externos ao indivíduo, fugindo ao estudo da psicologia.''


Com as novas características sociais e econômicas na Sociedade Contemporânea, a depressão encontrou terreno fértil para se fixar como ''O mal do século''.


        Com o desenvolvimento da Sociedade, as mudanças nos padrões econômicos, sociais e políticos, ´fazendo assim dessa nova sociedade terreno fértil para a disseminação desta doença, que é denominada por muitos como mal do século.

         Há alguns anos, a depressão era muito menos frequente do que é hoje e era estudada somente por um enfoque da psicologia, uma vez que estudava o indivíduo acometido individualmente, sem levar em conta os fatores sociais. Ninguém adquire depressão só e somente por fatores internos, isto é, somente de si. Os fatores sociais, como mudanças econômicas bruscas, falências, desemprego, crime, divórcio, traição, etc, são os que mais influenciam as pessoas a terem depressão.

A pessoa com depressão sente-se alienada perante as demais, ficando isolada e incomunicável por muitas vezes.



         A depressão se constitui atualmente como uma doença de alta ocorrência, do ponto de vista da psicologia e uma questão social normal do ponto de vista da sociologia. Trata-se de um conjunto de fatores que, se sozinhos, por vezes, não são capazes de acarretar depressão mas ao se juntar com outros, facilmente derruba o indivíduo. Os principais sintomas são: desânimo, fobia social, tristeza, incapacidade laborativa, medo, baixa - estima, isolamento e alienação, etc.

A pessoa com depressão pode sentir fobia social, isto é, medo ou receio de socializar-se com outras.


        Vem sendo observado que as principais consequências da depressão do viés sociológico tem sido os casos de suicídio e incapacidade para o trabalho. O ser social se sente incapaz para o trabalho e acaba entrando de licença para tratamento de saúde, se tornando um encargo para a previdência social, que hoje é um problema econômico e social.

Fatores econômicos como desemprego e mudanças brusca nos padrões econômicos de dada sociedade também contribuem para os casos de depressão e suicídio.

quarta-feira, 16 de março de 2011

Magistério Rotulado nota 0

         
‘’ A contradição entre os resultados de
 avaliações oficiais e a opinião emitida pelos
 professores, pais e alunos sobre a educação
 brasileira.’’

É isso mesmo. Um magistério rotulado nota 0 é a situação da educação no Brasil perante a sociedade em geral. Por que será não rotulam ‘’pais nota 0’’, ‘’alunos nota 0’’ ou ‘’gestores públicos nota 0’’? É claro que não! Colocar a culpa do fracasso da educação no Brasil nos professores é mais fácil. È bem verdade que, de acordo com as pesquisas oficiais e provas, o aluno brasileiro está entre os piores dentro de determinado grupo mas isso não quer dizer a que responsabilidade toda recai sobre o professor.
Em uma sociedade como a nossa, em que o professor é sistematicamente desvalorizado por todos, visto como um inimigo e até mesmo como um ‘’vagabundo social’’, fica difícil fazer com que os alunos o tomem como exemplo, estudem mais e etc.
A verdade é a seguinte: os alunos entram na escola; Os professores não são valorizados o suficiente para melhorar sua formação, estão despreparados, o aluno fica desinteressado e nesse ciclo vicioso, o que acontece no final é previsível: péssimos alunos saindo do ensino médio e chegando ao ensino superior piores ainda além de avaliar as escolas com notas baixas.
Embora algumas metas para a educação no Brasil estejam sendo atingidas ano a ano, ainda sim a situação desse setor é lastimável e roga por melhorias e investimentos cada dia mais.
Essa contradição somente vai terminar ou pelo menos minimizar-se o dia em que o profissional da educação for valorizado como merece e à educação, principalmente a básica pública forem destinados recursos como deveria ser feito e não é.

segunda-feira, 14 de março de 2011

Ciência Política - Uso prático

Palácio do Planalto em Brasília - DF : Aqui é a sede da chefia do poder executivo no Brasil


        Hoje, apenas vou fazer uma pequena dissertação no que tange ao principal significado da ciência política no âmbito das ciências sociais.
        Para muitos, quando se fala em ciência política, vem logo a cabeça palavras - chave como eleições, candidatos, corrupção, etc.
        Segundo o Doutor em ciência política pela Universidade de Columbia, e professor da UFMG, o boliviano Antonio Mitre, a ciência política, ou melhor, a própria política é vista por grande parte da sociedade como sendo suja, poluída, corrupta e corrompida, no strictu sensu da palavra. A camada governamental ou estatal é vista com desprezo e comentada de forma depreciativa pela maioria das pessoas.
       Mas ciência política é realmente só essas palavras? corrupção, roubo, mentiras?

       Não, muito pelo contrário. Ciência Política é mais uma das Ciências Autônomas que compõem o campo das ciências sociais. Ela tenta explicar não só fenômenos como corrupção, desvio de verbas, mentiras e descumprimento dos compromissos com o povo mas também tudo que cerca esse grande setor da maioria, senão todas, as organizações humanas, como o processo eleitoral, as formas de se chegar ao poder e nele se manter, os mecanismos coercitivos que funcionam como entes que estabelecem e mantém a autoridade do governante. Por que obedece-se às leis criadas pela câmara de deputados por exemplo? Por trás disso, não existe apenas o respeito e o medo da autoridade do próprio deputado. O que ocorre que a política hoje cria formas de imposição de normas e regras. Isso também é foco de estudo da ciência política.

       Enfim, ciência política é um ramo das ciências bem mais amplo do que se acredita ser, devendo ser de todo e qualquer cidadão a obrigação de possuir conhecimentos mínimos sobre ela para que o mesmo possa exigir a melhoria da sociedade, a partir de criação de leis, investimentos e distribuição de renda.


FHC sancionando lei no Senado. Foto de 1999. O conhecimento dos acontecimentos políticos é muito importante para que possamos cobrar de nossos representantes o que precisamos.

domingo, 13 de março de 2011

As Favelas - Novas Perspectivas

O processo de favelização, o crime organizado, o tráfico de drogas e as novas perspectivas de urbanização de favelas no Brasil:


Favela da Rocinha, no RJ: As favelas têm se tornado cada vez maiores e mais numerosas no Brasil.

1- Contexto Histórico de Favela:

         A história de favelas remonta desde o final do século XIX, início do século XX, como mais uma questão para a Sociologia Contemporânea.
         Inicialmente, as favelas eram constituídas em sua maioria por trabalhadores rurais que migraram para as cidades com o intenso processo de urbanização e industrialização que ocorreu principalmente durante e após a 1ª Guerra Mundial, quando o Brasil foi obrigado a deixar de lado a agricultura para dar início às indústrias, uma vez que os países que importavam para cá não mais o fariam, por estarem destruídos pela Guerra. Além dos imigrantes rurais, foi também se formando uma camada de operários fabris assalariados que, devido a baixa remuneração, construiam casas precárias  (barracos) em morros e encostas não aproveitados.
          Com esse tipo de ocupação urbana, geralmente a margem dos centros urbanos ou confrontando com bairros de classe média ou alta, surgiram as conhecidas hoje Favelas, que se constituem atualmente como um importante e urgente problema não só do viés social mas também todos os outros, como segurança pública, educação e saneamento básico.
          Sociólogos defendem que as favelas são ocupadas não só por bandidos, traficantes e assassinos mas, em sua maior parcela, por pessoas de condição de vida precária, que ocupam sub-empregos. E isso realmente é o que mostram as estatísticas. Mas por que as favelas são tão violentas? O que faz com que traficantes as usem como pontos de tráfico de drogas? Essas são as questões primordiais com as quais a Sociologia hoje se defronta para tentar explicar e resolver.


Ano de 1950 - Favela no RJ: As favelas surgiram desde o início do século XX

2- Moradias nas favelas e o Poder Público:

 
       As desigualdades são tão berrantes que é comum, por exemplo, vermos favelas imensas ao lado de bairros de classe média alta, como é observado por exemplo em BH (Pedreira Prado Lopes próximo à região da Pampulha) (Bairro Belvedere, em BH, ladeado por conjuntos de favelas) dentre várias outras localidades. Circulam carros importados e pessoas pedindo esmolas em sinais nas mesmas vias. Isso acentua ainda mais a ótica da desigualdade social existente apesar de tudo em nossa sociedade.


3-  As questões sociais e de saúde pública: o crime organizado, o tráfico de drogas, o saneamento básico:

1. Crime Organizado:

      A partir de uma abordagem bem simples, não é difícil entender a questão da violência nas favelas. Ela se dá, em sua maioria, pelas condições sociais dos indivíduos que ficam desacreditados de uma mudança em sua situação ou status social pelos meios lícitos, pois os julgam mais demorados e veem impostos para si uma série de barreiras, e optam pelo desvio, isto é, cometer delitos (que começam pequenos) como furtos e constumam terminar com grandes crimes (homicídios, latrocínios ou tráfico de drogas). Esse fato constitui como uma das formas de violência nas favelas. A corrupção policial também integra a malha de questões que preocupam estudiosos, sociólogos e poder público: os homens que deveriam ser os agentes de imposição da autoridade social sobre o crime e aplicadores dos mecanismos de controle e coerção social de crimes, desvio, ampliação, etc, estão recebendo propinas para fazer vista grossa aos atos ilícitos e até mesmo apoiar os traficantes em grandes empreitadas. Do meu ponto de vista, isso seria resolvido com melhorias nas condições salariais, já que muitas vezes o policial vai para as ruas recebendo salários miseráveis e ao ser oferecido uma quantia bem melhor que sua remuneração mensal, o indivíduo não pensa duas vezes e aceita. A culpa assim é do poder público que ao invés de pagar bem os serviços básicos a qualquer sociedade humana, como a tríplice: Educação, Saúde e Segurança, prefere desbancar bilhões de reais na construção de estádios de futebol e quadras olímpicas. Nesse caso, não critico o investimento em esportes mas primo o investimento maior  nesses três setores, considerados essenciais.


A corrupção policial é cada vez mais notada no Brasil.


Crianças carentes de favela em São Paulo pedindo por comida: A subnutrição é outro problema presente dentro da questão favelas.


Homem morto em favela: o acerto de contas ou a queima de arquivo é comum de ser resolvida com homicídos em plena luz do dia.




2. O tráfico de drogas e a liberalização da maconha:


        O tráfico de drogas é visto hoje como o maior problema das favelas e de mais difícil resolução. Ele é o maior causador de mortes dentro e fora das favelas, de conflitos entre policiais e bandidos e gastos do tesouro com tentativas frustradas de solucioná-lo. Ano passado, aproximadamente em Novembro, a sociedade não abaixou a cabeça para os bandidos que começaram uma onde de ataques no RJ, com assaltos, saques, queima de carros, etc. A polícia respondeu pesado: Foram enviadas tropas da polícia federal, civil, militar e até da força nacional de segurança pra conter os conflitos e prender os traficantes. Resultado: o crime perdeu força e foram vistos bandidos fugindo, na maior covardia das favelas pois não possuiam mais condições de duelar com a polícia. A sociedade civil não pode nem deve se calar diante dessas situações. Isso não deve cair na normalidade como muitas outras coisas, como corrupção e abuso de autoridade já caíram. No entanto, o poder público não está mais conseguindo conter o tráfico de drogas dessa maneira, utlizando dos mecanismos violentos e arcaicos, como conflito direto em favelas. Essa forma de coerção social já está falida em cidades dos EUA, Europa, por exemplo. Nesses locais, o tráfico de drogas é separado do usuário. O primeiro é tratado como questão de segurança pública enquanto o segundo de saúde pública. Desde FHC (tese que concordo e sou defensor intenso) é defendida por aquele sociólogo e ex-presidente da república a descriminalização da maconha, o que aliviaria e muito  o combate ao tráfico. Essa legalização não quer dizer que este produto deverá ser vendido à varejo. O individuo poderá portar pequenas quantidades para uso pessoal. Com isso, acredita-se também, inclusive do víés psicológico, que seu uso deva cair, assim como cai a cada ano o uso do tabaco. Muitas pessoas usam apenas para sentir-se mais fortes ou melhores que as outras, uma vez que se trata de um item proibido. Ao liberar-se, deixará de indicar poder, força e coragem. Esse seria o ponto inicial para a resolução da questão do tráfico de drogas. Já com as outras drogas, muito mais letais e viciantes que a maconha, deveriam ser feitos estudos envolvendo sociólogos, psicólogos, médicos, poder público e representantes da socidade civil para se desenvolver a melhor solução, que não seria liberá-las também. O tráfico de drogas movimenta altas quantias em dinheiro e é o responsável indireto por crimes menores como assaltos, furtos, ameaças, etc.


Traficantes em favela no RJ : O tráfico de drogas é uma das maiores fontes de violência em favelas.



3. Saneamento básico:


Esgoto a céu aberto passa nos fundos dos barracos.


         Além de todos os problemas sociais que identificamos em favelas, a questão do péssimo saneamento básico é vista com preocupação como questão de saúde pública. As favelas não possuem o mínimo de saneamento, tendo esgotos misturados ao lixo, ratos, baratas e demais animais de peçonha e transmissores de doenças. É muito raro ter água encanada e moradores cozinham restos de alimentos em meio a um intenso mal cheiro e moscas transmitindo doenças e colocando coliformes fecais nos alimentos.

3-  Programas de urbanização e desenvolvimento de favelas:

       Tem sido desenvolvido nas favelas de SP e agora um plano audacioso também na maior favela de BH (Pedreira Prado Lopes) projetos de desenvolvimento e urbanização de favelas. Em SP, com José Serra, são realizadas obras em favelas como iluminação pública, saneamento básico, calçamento de vias e até mesmo a revitalização e pintura dos imóveis. Segundo estatísticas, os registros de violência nesses locais caíram consideravelmente, tornando-os inclusive agradável de viver.
      Em BH, mais especificamente na região da Pampulha (Avenida Presidente Antônio Carlos) está sendo desenvolvido um projeto de urbanização e desenvolvimento de favelas na Prado Lopes do prefeito da regional Pampulha, Osmando Pereira da Silva (conhecido com o Urbanista) em parceria com o prefeito Márcio Lacerda, no qual são previstos investimentos para a melhoria das condições de vida nesse local e redução nas taxas de criminalidade.
Favela com imóveis revitalizados como parte do programa de urbanização de favelas, em SP.

       Somente com o investimento do poder público e a redução nos níveis de desigualdade social e investimentos em educação e cultura, poderemos nos ver livres do fantasma das favelas violentas.
Moradia em favela brasileira: os barracos não possuem condições mínimas de infraestrutura



         As características das moradias nas favelas são por todos conhecidas: Barracos feitos de maneira precária, com restos de material de construção, sem o mínimo de infraestrutura básica pra subsitência humana. Isso é visto por Sociólogos como uma condição degradante para o ser humano, chegando a atingir o patamar de falta de dignidade para a sobrevivência, uma vez que o indivíduo está exposto a vários outros tipos de problemas sociais futuros, como a tentação ao crime, a ampliação, ao desvio, como único meio de melhorar de vida, desmotivação em frequentar a escola e até mesmo moléstias à saúde.
        O poder público tem inferido muito pouco nessa questão. Mesmo tendo autoridade para desabitar as favelas, uma vez que cerca de 80 % das ocupações são indevidas, isto é, sem registro de posse, ele não o pode fazer, já que não tem para onde remanejar a massa de desabrigados que restará após a desocupação.


Favela no Brasil: Os barracos mais parecem monte de entulho, sem as mínimas condições. A Sociedade prefere, muitas vezes, fechar os olhos para tal situação.




sábado, 12 de março de 2011

O Vale do Jequitinhonha e As Cidades Ribeirinhas do Norte de MG

Abordagem Sociológica de uma região ''esquecida'' em MG:


Aspecto de cidade no Vale do Jequitinhonha - nota-se a pequena taxa de urbanização pela ausência de prédios e edifícios.


      
          A mesorregião do Jequitinhonha ou vale do Jequitinhonha é uma das doze mesorregiões do estado brasileiro de Minas Gerais. É formada pela união de 51 municípios agrupados em cinco microrregiões.
          O Vale do Jequitinhonha está situado no norte do estado. É uma região amplamente conhecida devido aos seus baixos indicadores sociais e também ao norte é conhecida por ter caracteristicas do sertão nordestino. Por outro lado, é detentora de exuberante beleza natural e de riqueza cultural, com traços sobreviventes da cultura indígena e da cultura negra.
          A região, que inicialmente pertenceu à Bahia (até o final do século XVIII), foi incorporada ao estado de Minas Gerais, após a descoberta de diamantes no tijuco (região de Diamantina).

          Quando considerada a divisão pelas 5 grandes regiões, esta encontra-se no Sudeste, limitando-se com a Bahia, já na região nordeste.

Região onde está localizado o Vale do Jequitinhonha (note a divisa com a Bahia)

           Com a reforma e a criação das 3 regiões socioeconômicas, que abrangem muito mais indicadores do que somente localização e divisão político - administrativo, esta região ao norte de MG fica pertencente a região nordeste e não ao centro-sul, uma vez que possui indicadores e características desta primeira citada.

Aspecto de família no Vale do Jequitinhonha - A pobreza é visível

           Embora muito pobre, a região do Vale do Jequitinhonha e as cidades ribeirinhas dessa localidade possuem uma cultura muito rica, podendo dizer até que mais rica e mais festejada que em outras regiões do estado. O artesanato se constitui como uma das principais fontes de renda para as famílias, que se organizam em cooperativas e associações de produção artesanal, cada uma entrando com o que faz de melhor. Cabe salientar que estes artesanatos são em sua maioria criados a partir de matéria - prima orgânica (natural), como vegetais, pedras, argila, dentre outros. O artesanato nessa região é conhecido (como em todo o nordeste) por sua diversidade, variedade e grande forma de expressão da identidade cultural dessa região.

Loja de artesanato regional em cidade do Vale do Jequitinhonha

Além do artesanato, é importante lembrar que a cultura desse povo tão sofrido e pobre é também baseada em manifestações artísticas como o folclore, no qual são apresentadas danças típicas, culinária regional e remontados fatos de importante historicidade para não só a região mas todo o Brasil.

Festa do Folclore em cidade do Vale do Jequitinhonha: a cultura desse povo ainda preserva festas tradicionais e alegres.

Feira de artesanato no Vale do Jequitinhonha organizada pela UFMG - MG anualmente.

O que se vê além disso, como atividade importante basilar para essa sociedade é o turismo, notado também em toda a região nordeste. Isso se dá porque nem só de pobreza é faceado o norte de minas, em especial esta região da matéria. Há belezas naturais imensas e muito mais preservadas do que em outras regiões do país devido ao pouco ou nenhum interesse econômico na região. Porém, é importante alertar para o fato da atividade mineradora próximo à região (sul da Bahia, principalmente), onde extraem-se minério, pedras preciosas dentre outros metais de valor. Os impactos ambientais já são sentidos, como queda na qualidade do ar, modificação exacerbada da configuração do relevo da região e áreas desmatadas para abertura de estradas vicinais por onde passará o transporte do material extraído.

Extração de manganês ao sul da Bahia (divisa com MG).



Gastronomia:

         A região é bastante conhecida por seu tempero excelente, com comidas típicas da região que atraem turistas de todo o país e também de várias partes do mundo que visitam o circuito  nordeste - norte de minas. Há ainda muito famosas na região a rapadura, que além de tradicional, pode ser confeccionada contendo outros sabores e também a aguardente, que é item obrigatório sua degustação pra quem visita essa região.
         Há ainda as frutas típicas tropicais, como a manga, de qualidade superior, as bananas que são inclusive vendidas a outras regiões, o pequi, tamarindo, dentre outras. A região é rica em culinária também, compondo mais uma vez o circuito de ''temperos de Minas'', sendo uma das mais famosas.

Dependência Fluvial:

          Grande parte das populações dessa região vivem de agricultura de subsistência, isto é, aquela produzida apenas para o consumo da própria família e pequeno comércio para quem não cultiva. Essa prática é realizada ao longo das regiões marginais aos rios que cortam a região, muitos deles, como o São Francisco, caudalosos o ano todo permitindo uma boa irrigação. Com isso, temos revelada a dependência dessas populações ribeirinhas com o rio, o qual ainda serve de outras fontes como abastecimento de água nas casas, irrigação, e inclusive o turismo. Bares e restaurantes com comidas típicas são instalados na orla desses rios ou lagoas que se formam e atraem turistas.

Análise Sociológica das questões Sociais da região:

          O que se vê é uma região com uma extrema desigualdade social e atraso socioeconômico em relação ao restante do estado. Essa situação pode causada pela localização da região (mais voltada ao norte) não fazendo parte do eixo desenvolvimentista do país, que está concentrado na região sudeste - sul, e também pelas próprias características da região, como clima semi-árido, extemamente quente, difícil para o desenvolvimento da agricultura em larga escala, as péssimas condições de infraestrutura e demais itens indispensáveis ao desenvolvimento regional. Outros problemas também são observados como os baixos índices de escolaridade (grande evasão por falta de condições mínimas de estudo), alto nível de mortalidade de recém-nascidos e crianças além de altas taxas de violência (onde por oportuno faço uma analogia ao coronelismo no nordeste nos tempos do império e até os dias de hoje), onde pessoas dão ordem e matam sem temor aos mecanismos de controle e coerção social, constituindo o crime, a ampliação e o desvio como outras questões sociais de relevância na região. 

           Apesar do atraso socioeconômico, o Governo do Estado de Minas Gerais tem desenvolvido, deste Aécio Neves e agora com Anastasia políticas públicas de inclusão social do norte de Minas ao próprio estado (já que podemos considerar que a região mais pertence ao nordeste que ao sudeste) e de desenvolvimento do que de bom a região oferece, com a criação por exemplo, instituída por Lei, dos circuitos turísticos do estado, dos quais três ou quatro pertecem à região norte de MG. Além disso, o Governo tem investido em políticas de melhoria educacional naquela região, tendo reduzido consideravelmente os índices de analfabetismo e evasão escolar. Programas sociais de melhoria das condições de vida e implementação de medidas de saneamento básico e infraestrutura também são observadas naquela região nos últimos anos. Antes tarde do que nunca, o governo do estado promete que a região estará, dentro de alguns anos, com melhores condições de vida, podendo finalmente ser equiparada a outras do estado.

         Enfim, uma região tão bela, com recursos naturais e cultura tão vasta não pode ficar esquecida pelas autoridades, que tem por obrigação constitucional desenvolver igualmente políticas de atendimento a todas as regiões, de modo a reduzir as disparidades sociais.

* Artigo cujo desenvolvimento teve a co-participação de Dayane Soares.


quinta-feira, 10 de março de 2011

Comentários ao Governo FHC

FHC- O sociólogo foi o primeiro presidente a ser reeleito do Brasil


Com pontos - de - vista  bastante divergentes, o Governo FHC é criticado e elogiado por vários estudiosos, pólíticos e cidadãos comuns.
Apresento uma suma de seu governo, contendo ainda comentários que nos mostram que, se o país vive essa enxurrada de progresso nos dias atuais, é porque um dia alguma medida federal foi tomada. Ess artigo não visa apresentar - se favorável ou contra esse presidente, mas sim apresentar as benfeitorias e as falhas de seu governo:

O Governo Fernando Henrique, também chamado Governo FHC, teve início com a posse da presidência por Fernando Henrique Cardoso, em 1 de Janeiro de 1995, e terminado em 1 de janeiro de 2003, quando assumiu Luiz Inácio Lula da Silva.
Fernando Henrique Cardoso foi presidente por dois mandatos consecutivos (de 1995 a 1998 e de 1999 a 2002). Suas principais marcas foram a consolidação do Plano Real, a introdução do programas de transferência de renda como o Bolsa Escola, além profundas reformas econômicas que produzem efeitos positivos até os dias de hoje.

Quando FHC assumiu o poder, o país estava praticamente quebrado. Com a queda do regime militar, assumiu Sarney, em substituição a Tancredo Neves, que morreu dias após a vitória da chapa NEVES - SARNEY, que não consegue controlar a inflação, adota medidas econômicas desastrosas, cria diversas moedas como tentativa de estabilizar as finanças da União. Os planos fracassam e a inflação dispara, chegando a atigir 80 % ao mês. Esse período ficou conhecido como a década perdida. Após isso, Collor, um político jovem sobe ao poder aclamado pela primeira eleição por voto direto desde o Golpe Militar de 64. Seu governo é marcado por denúncias de corrupção, lavagem de dinheiro, desvio de verbas e beneficiamento de Collor e seus familiares. Com isso, ocorre pela primeira vez o Impeachment, que tira Collor do poder e põe em seu lugar o vice, Itamar Franco. Este por sua vez, nomeia como ministro da fazenda Fernando Henrique Cardoso, que, numa manobra muito bem sucedida cria o Plano Real, estabiliza a economia e começa a conter a inflação.
Baseado nesse plano, FHC não tem dificuldades de ser eleito presidente em 1995.


Economia - Primeiro e segundo mandatos de FHC

A política de estabilidade e da continuidade do Plano Real foi a principal bandeira da campanha eleitoral de 1998 para a reeleição de FHC. Ele foi reeleito já no primeiro turno. Promoveu a modernização do Estado, com reformas econômicas seguidas até os dias atuais e inúmeras privatizações para promover o desenvolvimento de setores antes monopolizados, privatizações essas contestadas por seus adversários, principamente do Partido dos Trabalhadores. Essas privatizações trouxeram aos serviços uma melhoria imensa e o acesso deles a toda a população também foi observado. As privatizações também foram importantes para gerar renda para a União, que encontrava-se ainda quebrada. Com isso, FHC conseguiu iniciar seu governo e realizar investimentos possíveis. Não podemos exigir de uma máquina quebrada que realize a mesma quantidade de serviços de um Estado estabilizado. Por isso, temos a falsa impressão de que nos dias atuais o país avança mais. No entanto, esse avanço só se dá agora pela estabilização da economia a anos atrás, feita por FHC. Ao longo de seu mandato presidencial a economia brasileira se manteve estável, em consequência do controle da inflação conseguido com o Plano Real (1995-1999).
FHC enfrentou diversas crises mundiais durante seu governo, como a crise do México em 1995, a crise asiática em 1997-98, a crise russa em 1998-99 e, em 2001, a crise argentina, os atentados terroristas nos EUA em 11 de setembro de 2001, a falsificação de balanços da Enron/Arthur Andersen. Em 2002, a própria eleição presidencial no Brasil, em que se previa a vitória de Lula, causou mais uma vez a fuga de hot-money, elevando o preço do dólar a quase R$ 4,00, devido ao medo do mercado financeiro em aplicar em um país prestes a ser governado por um personagem pertecente a um partido de passado de esquerda radical, que teve postura aguerrida contra o Plano Real e as reformas econômicas. Porém, Lula manteve a política do antecessor depois de eleito.
Opositores de seu governo afirmam entretanto que tendo Fernando Henrique incentivado o fluxo de capitais externos especulativos de curto prazo no Brasil (hot-money) - que supostamente inundariam o país para equilibrar o balanço de dólares, exatamente o oposto do desejado se deu: a cada crise que surgia em outros países emergentes, a economia brasileira sofria uma retirada abrupta desses capitais internacionais especulativos, o que obrigava FHC a pedir socorro ao FMI, o que fez três vezes, sendo a última já com concordância de Lula, recem-eleito. Seus defensores lembram que FHC pegou o país falido, praticamente sem divisas em dólar e com uma hiper-inflação que chegou a mais 70% em um único mês, tendo que abrir mão de diversas frentes para estabilizar o país e entregá-lo ao seu sucessor com as finanças devidamente organizadas. E tal tarefa foi realizada com brilhantismo. Embora tenham ficado setores com falta de investimentos, FHC fez o possível e conseguiu recuperar o Estado Brasileiro para que ele , nos dias atuais, esteja caminhando como está. Podemos então afirmar que, a partir de medidas e ações tomadas por FHC em seus dois mandatos e também como ministro da fazenda garatiram ao Brasil a segurança necessária para avançar.


Slogan do Governo Federal de FHC

As principais marcas positivas do governo FHC foram a continuidade do Plano Real, iniciado por ele como Ministro da Fazenda de Itamar Franco, o fim da hiperinflação, que, antes de seu governo, chegava a mais de 2500% ao ano, a estabilidade monetária, e a criação de programas sociais pioneiros, como o bolsa-escola, o vale-gás e o bolsa-alimentação, errôneamente elencados a Lula (mais tarde reunidos em um só programa - Bolsa Família - pelo seu sucessor), além do início de uma ampla reforma do Estado, com a implementação, por exemplo, da Advocacia Geral da União, da Lei de Responsabilidade Fiscal e do Ministério da Defesa e a implantação do PROER - programa de restruturação do sistema financeiro brasileiro - concentrando e transformando os bancos brasileiros em instituições fortemente fiscalizadas, o que rendeu elogios do próprio presidente Lula na ocasião da crise econômica mundial de 2008. Mesmo com a crise em 2009, que quebrou diversos bancos nos EUA e Europa, os bancos do Brasil permaneceram sólidos. A conclusão que se tira é que medidas adotadas por FHC em seu governo foram sentidas a longo prazo, como nos dias atuais. Por isso, ao avaliar-se um governo, é necessário tomar como pilar não só o ganho imediato mas também os benefícios futuros, o que tem-se visto em grande número proveniente do mandato de FHC.

Está certo que o PIB do país não avançou muito durante o governo FHC mas isso tem explicação lógica: Fernando Henrique pegou um país praticamente quebrado, sem fundos de reserva, sem credibilidade internacional e com estados e municípios endividados. Então, para o crescimento, ele primeiro teve que colocar ordem na casa, pra então, seu sucessor continuar seu trabalho colocando o país pra frente. É como num caso menor, de uma empresa, por exemplo, que está falida: Primeiro paga-se as dívidas, ganha-se credibilidade, coloca-se as coisas em ordem para então começar a desenvolver, aumentar a produção, infraestrutura, etc. Com o país foi a mesma coisa. Porém, em escala de tempo bem superior.

Em contrapartida ao PIB, o Brasil elevou seu IDH e ficou próximo de países Europeus.

No que tange às dívidas públicas, viu-se um aumento exorbitante. Esse aumento se deu principalmente pela implantação da Lei de Responsabilidade Fiscal para estados e municípios, quando o Governo Federal contraiu para si todas as dívidas desses para equilibrar o orçamento e assim efetivar a implantação dessa lei. Muitas vezes, é necessário tomar certas medidas que em momento trarão prejuízos aparentes mas que no futuro servirão de ferramenta importante. Atualmente, por exemplo, há uma maior fiscalização com relação ao endividamento dos estados e municípios, tendo estes limites de endividamento orçamentário.

EXPANSÃO ECONÔMICA:

Durante o Plano Real e sucessivamente, houve um maciço ingresso de investimentos externos na área produtiva, sendo essa entrada de dólares uma das âncoras do plano. Só na área da indústria automobilística, entraram com fabricação no país durante o governo de Fernando Henrique nada menos que oito marcas (Peugeot, Renault, Citroën, Audi, Land Rover, Toyota - até então uma pequena fabrica artezanal de jipes, Honda, Mercedes-Benz automóveis, Dodge-Chrysler, fora a (na época) brasileira Troller. Ainda no setor de caminhões a Volkswagem implantou fábrica em Resende-RJ, a Iveco em Minas e a Internacional/Agrale no Rio Grande do Sul. Entraram em atividade também montadoras de motocicletas como Kasinski e Sundown em Manaus. A produção de veículos no país cresceu expressivamente ultrapassando a marca de 2 milhões/ano, sendo que na época o Brasil tinha status de "bola da vez" como hoje. Esses investimentos perderam fôlego por causa das crises em vários países emergentes que ainda afetavam o Brasil, pois o país ainda estava passando por reformas estruturais, que fundamentam o crescimento do Brasil até os dias de hoje. Na época, uma moratória na Turquia refletia em todos os países emergentes, independente da real situação. O termo BRIC ainda estava em gestação e após sua aceitação junto ao mercado internacional, fez com que esses agentes econômicos começassem a separar o joio do trigo em termos de países emergentes, facilitando a os investimentos no Brasil a partir do ano 2000.
Nesse período o país começava a viver uma expansão econômica, depois de sofrer os efeitos de várias crises internacionais nos anos anteriores. A expansão econômica embrionária, no entanto, trouxe efeitos colaterais sérios, gerados pela ausência de investimento e planejamento em produção de energia no Brasil, que não se organizara para seu crescimento.
Agravada por um longo período de falta de chuvas, tornou-se evidente a falta de previsão e de planejamento no setor de energia elétrica.
Enquanto a energia sobrava em alguns estados, onde chovia muito, como no Rio Grande do Sul, faltava em outros onde não chovia e não havia linhas de transmissão com capacidade suficiente para transferir as cargas e para equilibrar o sistema.
O desequilíbrio entre a capacidade de produção, e sobretudo de distribuição, de energia elétrica e a demanda tornou necessário um racionamento de energia, que atingiu diversas regiões do Brasil, principalmente a Região Sudeste do Brasil, que ficou conhecido como "apagão". A crise do apagão fez o governo FHC introduzir no Brasil em tempo recorde uma rede de usinas termoelétricas para funcionar como "back-up" em casos de estiagens longas como as ocorridas no início da década de 2000. Até então o país era totalmente dependente da geração de energia através de recursos hidricos. Recentemente, essas usinas tem sido amplamente utilizadas para suprir a demanda de consumo devido ao crescimento econômico, evitando problemas de fornecimento e mostrando-se uma empreitada positiva.

Parque Industrial Iveco, instalado durante o governo FHC



As opiniões a respeito do Governo FHC são divergentes: seus opositores o acusam de corrupção por uma suposta compra de votos de parlamentares no Congresso Nacional para aprovar a Emenda da Reeleição. Também se colocam contra a privatização de empresas estatais como a Vale do Rio Doce e o sistema de telefonia.
Já seus defensores afirmam que o governo FHC teve pulso firme para impedir que o Brasil quebrasse, como aconteceu com a Argentina, e que estabilizou a economia, derrotou a inflação e melhorou áreas de infra-estrutura do país com as privatizações, em especial o setor de telecomunicações, que recebeu investimentos de aproximadamente 135 bilhões de reais e se modernizou rapidamente nas mãos da iniciativa privada fazendo com que uma linha telefônica deixasse de ser um artigo de luxo, como era até os anos 90.
Os opositores de FHC alegam que o Brasil não quebrou, mas estagnou-se e que a Argentina, embora tenha "quebrado" (pediu moratória), desde sua quebra vê seu PIB crescendo a altas taxas, desde 2003, porém com inflação também em alta. Porém, hoje em dia a Argentina é um dos países que mais sofrem com a crise mundial de 2008.
Ainda, o PROER e desdobramentos dos mecanismos de controle sobre o Sistema Financeiro Nacional são também de forma incontestável os grandes responsáveis pela estabilidade e segurança dos bancos do Brasil, que passaram incólumes a uma crise que ainda se manifesta globalmente, e que chegou a representar em 2009, nos Estados Unidos, a quebra de pelo menos um banco de varejo por semana.

O Governo é claro, deixou falhas, as quais foram inevitáveis, pois ninguém muda água pro vinho de uma vez.
FHC ainda empreendeu um plano audacioso de ampliação ao acesso das Universidades por parte de maior número de pessoas.

Na área Social,  governo foi atuante com a distribuição de renda, embora esta até os dias de hoje não seja tão igualitária como deveria. FHC ainda enfrentou questões sociais como crime organizado e tráfico de drogas com mãos de aço, como pode ser conferido na manchete:



FHC ainda por ser sociólogo manteve excelente relações diplomáticas com todas as outras nações, tendo sido considerado até hoje o presidente mais diplomático que já se viu no país:


Desta maneira, seu governo não deve ser comparado com os demais mas sim considerado que foi graças a sua administração que o país atingiu os patamares atuais.